Um convite especial: conheça o museu mergulhando na história fascinante de Peter Lund​

O Museu Território Caminhos de Lund o convida a trilhar um roteiro de descobertas, em Lagoa Santa e região, percorrendo seus lugares de memória, conhecendo sua história, sua cultura, sua religiosidade, sua arte, suas cavernas e paisagens naturais e urbanas. E quem o guiará nessa viagem é seu morador mais ilustre, o cientista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, que viveu aqui entre 1835 e 1880.

Antes de iniciar o roteiro, é importante conhecer o guia inspirador dos caminhos que serão percorridos. Apresentamos, então, um pouco da história de Peter Lund.

Peter Lund, uma pitadinha de sua história

Peter Wilhelm Lund nasceu na Dinamarca, no dia 14 de junho de 1801, em uma tradicional e rica família de comerciantes. Graduou-se em Medicina e Letras na Universidade de Copenhague e foi logo atraído pelas pesquisas no campo da história natural. 

Fascinado pelos relatos de viajantes que desbravavam a América, Lund decidiu embarcar rumo ao Brasil. Aos 24 anos, iniciou sua primeira estadia no país – de 1825 a 1829, mas restringiu-se territorialmente à província do Rio de Janeiro.

Ao retornar à Europa, inseriu-se na comunidade científica mundial e poderia ter permanecido por lá pesquisando a rica coleção que levou do Brasil. Porém, decidiu voltar, em 1832, e jamais voltaria a pisar em solo europeu. 

No Brasil, conheceu o botânico alemão Ludwig Riedel e planejaram uma viagem pelas províncias de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. Partiram em outubro de 1833 e, em Minas Gerais, os planos de Peter Lund seriam definitivamente transformados.

Durante a viagem, Lund dedicou-se aos estudos botânicos e algumas coletas zoológicas. No entanto, em Curvelo, um surpreendente encontro com o dinamarquês Peter Claussen mudaria sua trajetória e estudos.

Claussem mostrou aos visitantes as ossadas que encontrara nas cavernas e comercializava com museus europeus. Lund sentiu-se fascinado pelas potencialidades científicas que apresentavam, mas prosseguiu viagem até Ouro Preto, onde Riedel adoeceu gravemente e retornou ao Rio de Janeiro. 

Lund voltou, então, a Curvelo e empreendeu uma série de explorações às cavernas da região, na companhia de Claussen e Andreas Brandt, um norueguês que também se encontrava na fazenda do dinamarquês. 

Algum tempo depois, Peter Lund teve divergências com Claussen e partiu de Curvelo, juntamente com Brandt, em busca de outras cavernas a serem exploradas. Brandt se tornaria seu auxiliar e desenhista por décadas.

Chegaram em Lagoa Santa em 17 de outubro de 1835 e a escolheram como ponto estratégico para suas explorações, e residência daí em diante. Lagoa Santa marcou a História de Peter W. Lund, assim como Peter W. Lund marcou a história de Lagoa Santa. 

Por cerca de dez anos, explorou cavernas, coletando e estudando os fósseis nelas encontrados. Realizou importantes estudos sobre a geomorfologia brasileira, a fauna de mamíferos, as peculiaridades na morfologia da população pré-histórica, achados arqueológicos e pinturas rupestres. Peter Lund é hoje reconhecido como Pai da Paleontologia Brasileira.

Surpreendentemente, após estudos tão consistentes, Lund encerrou suas atividades exploratórias nas cavernas em 1845. Enviou sua grandiosa coleção para a Dinamarca e permaneceu em Lagoa Santa até sua morte, em 1880. 

Suas atividades científicas não se encerraram com o envio de sua coleção, apenas as explorações das cavernas. Lund permaneceu exercendo um importante papel nas discussões científicas de seu tempo e na comunidade local. Em Lagoa Santa, atendia como médico; criou a Banda de Música Santa Cecília e era constantemente consultado pela população local sobre os mais diversos assuntos.

Lund não se casou e não teve filhos, mas adotou Nerêo Cecílio dos Santos – filho de um de seus empregados – tornando-o seu auxiliar e herdeiro. Lund viveu ativamente até falecer e ser enterrado em um local por ele determinado, adquirido nos arredores do vilarejo de Lagoa Santa.

Atualmente, muitas pesquisas continuam sendo realizadas nas cavernas da região, seguindo os caminhos de Peter Lund. Ele sinalizou ao mundo as potencialidades, importância científica, belezas naturais e culturais de Lagoa Santa. Vamos juntos, com o Museu Território Caminhos de Lund, conhecê-las e protegê-las de forma consciente, sustentável e prazerosa? 

Ana Paula A. Marchesotti
HIstoriadora

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